terça-feira, 31 de agosto de 2021
A PANDEMIA NÃO ACABOU!
Diante da notícia veiculada na noite de 30/08/2021, intitulada “Em setembro, escolas municipais de Novo Hamburgo retomarão turmas completas”, viemos a público reiterar nossa preocupação com afirmações que ignoram as experiências vividas por professoras e professores desde maio.
O ensino híbrido escalonado divide as turmas, visando a garantia do distanciamento mínimo entre crianças e jovens. Tal medida é importante, pois o uso adequado da máscara não é uma realidade, com muito tempo letivo sendo destinado a medidas sanitárias. Duplicar o número de crianças e jovens em sala de aula, como uma proposta vertical da mantenedora, aumenta o risco de disseminação do vírus, uma atitude irresponsável com as vidas envolvidas, sobretudo na ameaça da variante delta que já ocupa o estado. Além disso, o decreto , aponta a necessidade de 1m, desde que tenha ventilação cruzada, ou seja, ventilação por mais de uma janela da sala de aula, mantendo o ensino híbrido escalonado como uma possibilidade. E na hora do lanche? E na quadra? E na pracinha? Qual é a viabilidade de muitos dos protocolos sanitários, com os quadros atuais das escolas?
Para um retorno de "turmas completas”, no atual contexto da pandemia no Brasil, no RS e na região metropolitana de Porto Alegre, é necessária uma logística que vai muito além do tamanho da sala de aula ou a distância de 1 metro entre os estudantes, envolvendo, além de EPIs, material de higiene e recursos humanos, todos em quantidade e qualidade adequados, uma proposta séria de testagem da população. São professoras e professores, que não têm sido devidamente ouvidos no processo de decisão, quem efetivamente sabe das duras realidades de uma sala de aula, na dinâmica pedagógica de um período letivo.
É importante destacar que o SINDPROFNH, no dia 09/08, em reunião com a secretaria de educação já manifestou essa preocupação. Nesta ocasião manifestou a necessidade de uma avaliação dos protocolos sanitários vigentes e a readequação dos mesmos. Outro aspecto destacado pelo SINDPROFNH foi o diálogo com as comunidades escolares para que avaliem suas realidades, pois outro fato que nos preocupa é a infraestrutura de nossas escolas, considerando que existem muitas diferenças estruturais entre as escolas da Rede Municipal. Mesmo assim, as decisões continuam desconsiderando manifestações da categoria.
As aulas presenciais são de extrema importância, para as defasagem já identificadas, porém, é necessário termos a clareza que a pandemia não acabou. Cada dia em sala de aula e nos espaços comuns das escolas se configuram como um grande risco, com sequelas e mortes entre uma população cada vez mais jovem. O retorno de “turmas completas” pode gerar novos surtos e cepas e as vacinas, até então desenvolvidas, podem não serem suficientes. É preciso o diálogo que nos foi negado desde o início da pandemia. Neste momento temos clareza que o ESSENCIAL É A VIDA! O ESSENCIAL É A SEGURANÇA DE TODA A COMUNIDADE ESCOLAR!
#somostodossindprofnh
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